Ao criar uma iniciativa de inovação aberta, algumas empresas preferem realizá-la com um time interno, enquanto outras contam com o apoio de especialistas – aceleradoras e incubadoras – para realizar o programa.
A escolha entre internalizar a iniciativa ou realizar em parceria depende de diferentes aspectos, e cada um dos caminhos tem suas vantagens e pontos de atenção, especialmente quando adicionamos a lente da sustentabilidade e impacto positivo integrada à inovação, um tema ainda novo para muitas organizações.
Acreditamos que é mais vantajoso trazer uma aceleradora parceira na maioria dos casos, e neste texto vamos explorar nossa visão sobre essa decisão.
Uma iniciativa de inovação aberta tem várias etapas
Antes de entender como e com quem realizar a iniciativa, precisamos enxergar o projeto em algumas etapas. Na metodologia do Quintessa, detalhada no Guia para Inovar com Impacto, realizamos um passo a passo de aprofundamento e definição de estratégia antes de implementar qualquer iniciativa.
Com essa visão do todo, entendemos que algumas etapas podem ser realizadas internamente, enquanto outras são mais efetivas se realizadas com externos. A contratação de um parceiro pode depender do grau de maturidade da empresa em relação ao tema de inovação e de impacto positivo.
Por exemplo, para aquelas que já estão mais avançadas nessa jornada e têm a inovação integrada à cultura da empresa, pode fazer sentido internalizar a etapa inicial, em que são mapeados os desafios da empresa a serem endereçados por meio da inovação aberta. Essa é uma entrega que envolve um bom conhecimento sobre a empresa e capacidade de navegar e dialogar com diferentes áreas. Vale destacar que ao optar por internalizar, é preciso garantir que uma pessoa estará dedicada nesta agenda.
Ao ter uma pessoa dedicada, essa etapa acaba sendo um fluxo contínuo, em que a pessoa/área dedicada recebe demandas de outras áreas e capta desafios constantemente.
Curadoria de startups e visão de mercado
Um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) avaliou as iniciativas de relacionamento entre grandes empresas e startups na América Latina e revelou que entre as principais dificuldades apontadas pelas empresas para trabalhar com startups estão: identificar negócios que podem gerar valor para a corporação e atrair empreendedores qualificados.
Uma aceleradora parceira pode solucionar essas dificuldades ao trazer um pipeline de negócios mais robusto e já com uma curadoria, uma visão ampla de mercado para analisar o diferencial, potencial de inovação e de modelo de negócio das startups, além de metodologias de seleção já validadas com diversas startups ao longo da sua experiência. O sucesso da iniciativa não está na quantidade de startups inscritas, mas na qualidade dos negócios e aderência aos desafios da empresa.
No Quintessa, temos uma base de mais de 4 mil startups de impacto mapeadas, o que agrega muito valor na seleção. Não só abrimos a chamada aberta para inscrições, como convidamos ativamente os empreendedores que já mapeamos para se inscreverem, a partir dos critérios da iniciativa. De 70% a 95% das startups participantes das turmas que formamos nos últimos programas se inscreveram após o nosso convite ativo. Ter uma aceleradora referência e com presença forte no mercado de startups pode fazer a diferença e trazer credibilidade para o programa.
Ao realizar a etapa de curadoria, vemos que além de trazer uma boa quantidade de inscrições qualificadas, conseguimos trazer eficiência e metodologia para a seleção, sem que a empresa dependa de uma pessoa com pouco tempo disponível para administrar dúvidas e mensagens dos candidatos em redes sociais e e-mails ou desenvolver um método de avaliação.
Ainda assim, colaboradores que estão dentro da empresa têm uma visão sobre as prioridades e uma melhor articulação entre as áreas. Por isso, mesmo contratando uma aceleradora, é estratégico ter uma pessoa dedicada na seleção, que possa trazer essa visão do todo e um olhar técnico e estratégico ao avaliar as soluções das startups. Em geral, nos programas que realizamos há uma pessoa dedicada parcialmente ao programa, cuidando de outras iniciativas ao mesmo tempo.
Diferentes formatos de programas exigem conhecimentos distintos
No último texto, falamos sobre as diferenças entre os programas de inovação aberta. A execução de cada um deles também demanda expertises diferentes. Por isso, para empresas mais maduras em relação a processos de inovação e no relacionamento com startups, pode fazer sentido internalizar a realização de POCs e implementação de pilotos.
Já nos programas de aceleração, independente da maturidade da empresa, faz mais sentido contar com um parceiro. A aceleração demanda expertise sobre metodologias de empreendedorismo e gestão alinhadas ao contexto das startups.
Ainda assim, estar maduro no relacionamento com scale-ups (startups mais avançadas) não significa que terá facilidade em dialogar com startups em estágio de validação (mais iniciais), pois são outras demandas, desafios e formas de agregar valor, e neste caso contar com uma aceleradora pode valer a pena.
Integrar inovação e impacto positivo
Quando falamos em iniciativas que conectam inovação e sustentabilidade/impacto positivo, pode fazer sentido trabalhar com uma aceleradora especializada nesse universo. A falta de experiência pode fazer a agenda não avançar e cair em um ponto cego dos executivos em não conseguir enxergar uma integração entre os dois campos.
Já vimos alguns programas darem errado ao igualar “impacto” com os demais critérios de seleção, mas sem detalhar seu significado e sem ter um parceiro especialista na área. Dessa forma, é difícil para a empresa encontrar bons candidatos que resolvam problemas reais de impacto socioambiental. Além de que, avaliar impacto não é algo trivial, por isso é importante ter um parceiro com essa experiência.
A aceleradora tem o papel de mediação
Mais um motivo para ter um parceiro externo, que é pouco percebido, é o papel de ‘mediação’ que uma aceleradora pode oferecer. Quando as empresas fazem o processo com time interno, vemos uma certa confusão de papéis: em um dia a empresa está cobrando resultados e propostas como potencial parceiro ou cliente, no outro está apoiando a startup, e por vezes isso pode levar a conflitos de interesses.
Ao contar com uma aceleradora externa, a empresa se mantém na cadeira que precisa estar – de potencial parceiro/cliente da startup. A aceleradora faz o papel de mediar essas conexões e de apoiar os empreendedores com a mão-na-massa no dia a dia, inclusive para poderem se preparar com o diálogo com as empresas. Mesmo com a aceleradora, os executivos da empresa se mantêm ainda muito próximos neste apoio e troca de experiências, como falamos neste texto sobre cultura e sobre os motivos para realizar uma iniciativa de inovação aberta.
Em resumo, os motivos para decidir entre internalizar ou contar com um parceiro podem ser baseados em conhecimento técnico, metodologias para seleção e relacionamento com startups, repertório e experiência com programas similares para lidar com os desafios de implementação, rede de relacionamento já estabelecida com startups, reputação e credibilidade de marca para atrair empreendedores qualificados, tipo de programa que será implementado, maturidade no assunto e cultura da empresa, entre outros.
Acreditamos que o apoio de uma aceleradora pode ser crucial para o êxito da iniciativa. Falando pela nossa experiência como Quintessa, começamos a apoiar essa relação depois de anos de desenvolvimento de metodologias próprias de aceleração para empreendedores, de preparação para investimento, de mediação do estabelecimento de novas parcerias. Isso nos levou a desenvolver uma metodologia de ponta para o relacionamento de qualidade com as startups, levando aos melhores resultados para os parceiros e startups mais satisfeitas com os programas.
Sendo uma aceleradora especializada em impacto socioambiental, garantimos a seriedade da pauta, com um know-how estruturado e genuíno no tema ESG e com a maior base de startups de impacto do mercado brasileiro.
Além disso, ao trabalharmos com diferentes empresas, compartilhamos os aprendizados dos programas, fazendo com que a curva de aprendizado do ecossistema como um todo acelere.
Este tema faz parte do Guia para Inovar com Impacto, publicação inédita do Quintessa que apresenta um passo a passo para criar programas de inovação aberta que gerem valor para o negócio e impacto socioambiental positivo. Acesse o Guia completo aqui!
Para entender melhor como o Quintessa pode ser parceiro da sua iniciativa de inovação aberta com impacto positivo, entre em contato conosco: [email protected]