A Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e o Quintessa acabam de lançar a Tese de Aceleração da PPA, estudo que foi realizado em parceria nos últimos meses. A publicação fez um mapeamento das iniciativas de apoio a negócios socioambientais e apontou novas possibilidades de aceleração.
A Tese de Aceleração dá um direcionamento efetivo para a agenda de negócios socioambientais da Amazônia, criando as condições para que vários programas de aceleração sejam concebidos, lançados e implementados, em conjunto com organizações implementadoras e financiadoras.
‘Contribuir para a conservação e regeneração da biodiversidade na Amazônia’ é o objetivo principal da tese. Por isso, de forma colaborativa e em conjunto com especialistas, buscou-se identificar setores e/ou atividades econômicas que funcionam como temas-chave para a prospecção de negócios de impacto socioambiental que respondem a esse objetivo. Foram elencados 4 temas:
A proposição dos temas levou em consideração dois aspectos:
1. Oportunidades de uso econômico que promovam o uso sustentável da floresta (mantém a floresta em pé)
2. Existência de áreas já alteradas e/ou degradadas (desmatadas), que tem potencial e necessidade de regeneração.
Também foram considerados tendências e negócios de impacto socioambiental emergentes no contexto amazônico.
Sobre os temas
Bioeconomia: Refere-se a negócios que contribuem para a “manutenção da floresta em pé”, via alternativas econômicas, a partir de insumos da biodiversidade da Amazônia. São atividades econômicas que envolvam a produção de bens e serviços a partir de material biológico como recurso primário.
Restauração/Regeneração Florestal: Contempla negócios de fomento à recuperação de áreas alteradas, degradadas ou antropizadas (habitats modificados), que tem potencial – e necessidade – de regeneração. São atividades econômicas que envolvem intervenções, produtivas ou não, que focam na regeneração de solo fértil, no aumento da biodiversidade e no incremento do fluxo de serviços ecossistêmicos (como a regulação da erosão, a melhoria no ciclo da água e a fixação de carbono).
Carbono/Clima: Refere-se a negócios que contribuem para a redução de emissões de gases do efeito estufa e mitigação de mudanças climáticas, além dos itens acima de Bioeconomia e Sistemas Regenerativos e de Restauração Florestal, que também contribuem nesse sentido. Contempla atividades relacionadas à energia (renovável, eficiente e acessível) e ao tratamento de efluentes (sistemas autônomos e descentralizados de saneamento e água limpa).
Cadeias de Fornecimento Sustentáveis: Contempla negócios que mitiguem impactos negativos, promovam a eficiência das cadeias de valor da região e enderecem os desafios característicos da Amazônia, como a questão logística. Também contempla soluções relacionadas a acesso a crédito financeiro, bem como negócios voltados para os princípios da economia circular.
Negócios de impacto no contexto amazônico
É importante dizer que, levando em consideração o contexto amazônico, foi pertinente fazer ajustes no conceito de ‘negócios de impacto’ e, de certa forma, ampliá-lo para que se adeque a realidade local e abarque o amplo espectro de tipos de organizações. Os negócios de impacto foram categorizados em três principais aspectos:
Essa distinção é relevante não somente para representar e abarcar a diversidade de negócios existentes na região, como para direcionar o apoio a essas organizações, no sentido de entender que cada tipo de negócio tem desafios característicos diferentes, de naturezas e profundidade particulares, de forma que os programas de fomento para o seu desenvolvimento devem ser moldados de acordo com os tipos de negócio que serão apoiados.
A partir disso, estão sendo propostos 4 eixos de aceleração: (1) para negócios em estágios iniciais, (2) em estágios maduros, (3) ligados a restauração/regeneração florestal e (4) empreendidos por populações locais e comunitários.
Foi feita uma tipificação e um mapeamento de iniciativas que já existem para desenvolvimento e fortalecimento dos negócios na região. As propostas de programas de aceleração foram pensadas para abarcar, então, os diversos tipos de negócios – e de ser complementar ao que existe na região, e não em sobreposição.
A tese traz também uma contextualização dos aspectos ambientais, socioeconômicos e territoriais da Amazônia. A floresta Amazônica precisa de novas soluções econômicas para conter as pressões de desmatamento e melhorar a qualidade de vida das mais de 25 milhões de pessoas na região, e o fomento ao empreendedorismo e negócios de impacto socioambiental é uma alternativa.
Além da tese, a PPA está lançando também a campanha Caminhos para a Amazônia, com um mês todo de conteúdos, lives, podcasts e outros, com o objetivo de fortalecer o ecossistema amazônico de negócios de impacto.
Para apresentar a tese, participamos do Festival Path Amazônia 2021 – que você pode assistir a gravação gratuitamente se cadastrando neste link – e também realizamos um evento de lançamento, que pode ser assistido abaixo: